28 de março de 2024

João Clareno Medalha: Será que sabemos ler?

Por

OZILDOALVES.COM.BR – CONTATO


Mensagem enviada através do site em 2/2/2011 – 11h27m


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Nome: João Clareno Medalha


E-mail: jcm@hotmail.com


 


Mensagem: João Clareno Medalha : SERÁ QUE SABEMOS LER?


 


Somos ou fomos estudantes, a maioria de nós. Fomos alfabetizados, aparentemente. Porém, mesmo que alguns finjam o contrário, sabemos que ler (e escrever) nunca foi algo que muitos consideram bom pra vida, muito menos pra o crescimento pessoal. Fui por muito tempo iludido com a idéia de que a alfabetização que tive daria conta, caso precisasse, da escrita e do entendimento como leitor.


 


Freqüentar uma escola não garante compreensão de texto. Passei duas décadas pensando que sabia ler. Só há pouco, quando entrei na faculdade, percebi que não sabia. Nem por isso aceitei isso, fui tentar aprender, pois não queria continuar cego. Mas aqui neste site, lendo alguns comentários, percebe-se que muitas pessoas continuam sem saber ler e escrever minimamente. E o agravante: emitindo visões sem entender o texto, que foi a base para as suas opiniões. Isso pode ser notado em alguns comentários sobre a crônica recente de Gecildo Queiroz (NÃO TENHAM FILHOS).


 


Athilom Marinho, que também escreveu aqui, comentando O CASO THIAGO SANTANA LEITE, deve ter percebido que, apesar da clareza de suas reflexões, muita gente apenas passou os olhos pelo texto, sem ter o cuidado – ou a habilidade – de entender o que estava lendo. Acho impossível alguém conseguir demonstrar, baseando-se no texto lido, com argumentos e não com observações sem sentido, que ele estava defendendo alguém ou diminuindo a gravidade do crime.


 


Alguém chegou até a insinuar que ele tinha usado drogas pra escrever. Se assim foi, a droga que ele usou causa o milagre do raciocínio. Imaginando que há essa droga, mil vezes usá-la e escrever algo que indique reflexão a morar na ignorância optada. Pois droga mais devastadora que a ignorância, não há. E vou logo dizendo: não sou defensor de droga nenhuma, pois do jeito que a coisa anda aqui, há a possibilidade de alguém, ao ler isso, entender que estou fazendo elogios a entorpecentes e estimulantes.


 


Não estou dizendo que as pessoas não têm capacidade de ler. Todos podem, mas quantos querem? Não sustento a posição de que só no ensino superior é possível adquirir essa habilidade. Haja vista que há quase iletrados em faculdades também. Eu, como disse antes, fui um deles.  A leitura, ligada à compreensão, é uma das poucas coisas que não são elitizadas e que podem transformar indivíduos, tornando-os mais humanos. Não há, hoje, nada mais democrático do que o conhecimento.


 


Somos livres para escolher. Mas é certo, como disse Mário Vargas Llosa, escritor peruano ganhador do prêmio Nobel de Literatura de 2010, que “um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por idéias.”


 


João Clareno Medalha

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