Em clima de silêncio em relação às mudanças que promoverá em seu governo, o governador Jaques Wagner (PT) pode bater o martelo hoje sobre os nomes que irão compor o seu quadro de auxiliares. A tendência é de que, em reunião hoje com o secretário de Relações Institucionais, Cezar Lisboa, principal articulador na formação de sua equipe, o chefe executivo defina como será feito o anúncio do secretariado para o próximo quadriênio. Ambos tiveram sucessivos encontros esta semana, com o objetivo de fecharem as negociações em torno dos espaços pleiteados pelos partidos aliados. Além do PT, somam na base PP, PCdoB, PSB, PDT, PRB, PSL e PHS. Segundo informações de bastidores, o fim de semana promete ser de novidades no alto escalão do governo. Ontem, Lisboa voltou a passar horas na Governadoria discutindo as reivindicações das siglas que compõem a base, entretanto, através de sua assessoria de imprensa, disse que não podia adiantar informações sobre o assunto. Líderes dos partidos afirmam viver “em compasso de espera”, já que não tiveram uma conversa reservada com o governador sobre o assunto. Uma das legendas que já expressaram o desejo de obter mais espaços no governo petista é o PCdoB. Segundo o presidente estadual da sigla, o deputado federal Daniel Almeida, a avaliação é de que os representantes do partido no governo cumpriram “de forma positiva os seus papéis, “portanto esse ponto deve ser considerado pelo governador”. “Não sabemos qual o critério estabelecido por ele, mas já passamos nosso pleito ao secretário (Cezar Lisboa) que ficou de levar até ele”, disse Almeida, esclarecendo que a busca não deve ser medida pela “quantidade de secretarias, mas pela qualidade dos espaços”. Apesar de não ter conversado com Wagner, o presidente do PDT baiano, Alexandre Brust, deixou claro que a aposta do partido é grande para este mandato. “Nosso parâmetro é o PP, pois estamos com o mesmo tamanho”, frisou. O Partido Progressista, que tem na linha de frente o atual ministro das Cidades, deputado federal Mário Negromonte, possui hoje duas secretarias, enquanto o PDT tem uma. Especulações dão conta de que o vice-governador, Otto Alencar, estaria na cota do PP para compor uma pasta de destaque, a exemplo da Secretaria de Infraestrutura, considerada uma das maiores do governo. O vice-governador negou ontem as especulações em torno do secretariado. Em entrevista, ele procurou se isentar de qualquer opinião sobre o assunto. “Isso é ele (Wagner) quem vai decidir”, pontuou. Expectativa de poucas mudanças Além de Otto, alguns nomes continuam sendo especulados para o governo, a exemplo do ex-ministro Juca Ferreira para Secretaria de Cultura. Em processo de desgaste, Márcio Meireles, que hoje ocupa a pasta, tem sido um dos cotados para deixarem a gestão. No rol dos nomes que podem permanecer no alto escalão, estão o do assessor geral da Agecom, Robinson Almeida, o da chefe da Casa Civil, Eva Maria Chiavon, e César Nunes, da Secretaria de Segurança Pública. Vale ressaltar que diante do que se ouviu na posse, a expectativa é a de que ocorram poucas mudanças. “Este é um governo de continuidade, é o segundo mandato, portanto, não esperem grandes mudanças”, afirmou Wagner durante o ato. Na posse, Wagner sinalizou que sua meta de governo está voltada principalmente para o social, porém com melhorias na educação, com a ampliação e qualificação do ensino básico. O governador quer ainda aprimorar a infraestrutura do estado, a segurança, o combate e a prevenção às drogas.
O presidente estadual do PT, Jonas Paulo, também fez suas considerações a respeito. “A ideia do governador é contemplar todos os partidos da base aliada. É lógico que o PT será contemplado em áreas sensíveis. No entanto, todos os espaços operacionais já estão sendo discutidos para que seja possível contemplar, também, todos os partidos da base”, garantiu.