19 de abril de 2024

Agricultores têm terrenos invadidos pelo MST e se revoltam em Água Branca

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Os moradores do Distrito Alto dos Coelhos, zona rural de Água Branca, estão revoltados com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), desde o dia 28 de novembro deste ano, quando o movimento invadiu e se apropriou das propriedades de pequenos agricultores daquela povoação.

Segundo a presidente da associação comunitária dos moradores do povoado, Clara Maria Carvalho, depois que as obras do Canal do Sertão passaram na localidade, a população já havia sofrido grande perda de terras, muitos quase ficaram sem suas propriedades e ainda como se não bastasse o prejuízo, ao menos vinte terrenos que sobraram foram invadidos pelo MST.

Clara Maria diz que os Sem Terra se apropriaram de terrenos de pessoas necessitadas que lutaram a vida inteira trabalhando, sem precisarem se envolver em movimento algum para conseguir um pedaço de terra. “Não acho que isso seja justo, até porque grande maioria dos militantes do MST têm carro e moto e não parecem ser tão miseráveis que não consigam trabalhar para conseguir honestamente suas propriedades.” desabafa.

De acordo com moradores da comunidade, como se achassem pouco as invasões, os integrantes do movimento ainda estariam destruindo cercados, poluindo as águas do Canal do Sertão com lixo e provocando desmatamentos, muitos até para vender a madeira extraída da caatinga. Sobre o caso, a presidente da associação relata que acionou uma equipe do Instituto do Meio Ambiente (IMA), mas os representantes que atenderam ao chamado haviam dito que não poderia fazer nada a respeito, já que suas ações nesse sentido seriam limitadas.

Tentamos falar, via telefone, com o diretor de fiscalizações do IMA, Carlos Eduardo, mas uma mulher que atendeu o telefonema informou que o mesmo não estava em sua sala. Insistimos no contato, mas sem êxito.

Sem juiz

Os donos das localidades invadidas contam que foram na delegacia de polícia da cidade e registram um Boletim de Ocorrência (BO) contra o MST, depois procuraram o fórum para ingressar com um processo de reintegração de posse, mas haviam sido comunicados que a comarca estaria sem juiz titular e que teria que aguardar que o Tribunal de Justiça designasse um novo magistrado.

Entramos em contato com o referido fórum e formos informados que aquela comarca não tem juiz titular, mas funciona com um magistrado substituto que tem expediente todas as terças-feiras. O órgão da Justiça explica que a informação dos trabalhadores não procede, já que qualquer processo pode ser protocolado, independente da presença do juiz no fórum.

Resposta do MST

O líder do movimento, identificado apenas como França, disse a nossa reportagem que o MST não tem interesse nas terras onde se instalaram e que a invasão nas propriedades de pequenos agricultores vai durar, como forma de protesto, até que o Governo Do Estado que havia prometido 2 mil hectares de terras ao movimento cumpra a promessa.

Quanto aos danos, inclusive os desmatamentos, França reconhece que realmente aconteceram, mas somente para a construção das barracas onde ficariam instalados. O líder assegura que os militantes já foram avisados para não mais danificar as propriedades.

Questionado sobre a posse de veículos dos integrantes do movimento, França foi enfático. “Só porque não temos terras para trabalhar, não significa que sejamos tão miseráveis que não possamos ter um carro ou moto.” Disse.

Sobre promessa de terra

Em resposta às alegações do líder do MST, o secretário de estado da articulação social, Claudionor Araújo, disse que o governador Teotônio Vilela não prometeu terra para o MST e nem estipulou prazo para isso. O secretario explica que há seis meses Vilela se reuniu com um grupo de trabalhadores do Movimento e eles haviam dito que queriam 2 mil hectares de terra, ocasião em que o governador disse apenas que iria trabalhar para que isso acontecesse o mais breve possível até o término de seu mandato.

Sobre a invasão de território às margens do Canal do Sertão, Claudionor informou que tem visitado a localidade e nesse momento de negociação tem apenas orientado que os invasores não depredem a obra, não bebam e nem tomem banho com as águas, já que as mesmas não passam por tratamento e podem causar problemas de saúde.

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