28 de março de 2024

Depois de parar Chesf, atingidos por barragens querem parar centro de Recife nesta tarde

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Na tarde de hoje, dia 14 de março, os integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) saem às ruas da cidade do Recife para celebrar o dia internacional de luta contra as barragens, pelos Rios, pela água e pela Vida.

Os mais de 1.000 atingidos e atingidas de vários estados do NE, que estão acampadas na sede da Chesf desde ontem (13), se concentrarão na Praça Osvaldo Cruz, a partir das 14h30. Em seguida, os trabalhadores e trabalhadoras seguirão em marcha até o Palácio das Princesas, onde entregarão uma pauta de reivindicações ao Governo do Estado.

De acordo com Osvaldo Bernardo, da coordenação nacional do MAB, o Movimento, a nível nacional, tem uma preocupação com o atual modelo energético brasileiro. Na sua avaliação, não está a serviço da classe trabalhadora e sim do capital privado.

“A construção de barragens no Brasil, para geração de energia através das hidroelétricas, tem expulsado de suas terras milhares de famílias. O povo perde seu território, identidade, cultura, história de vida e sem falar nos grandes impactos ambientais: é isso o que resta para toda sociedade brasileira neste atual modelo energético. Enquanto isso, as empresas e o Governo usam um discurso para convencer a sociedade que é para o “desenvolvimento”. Por isso, a Jornada Nacional do Movimento em vários estados brasileiros está se dando através de ocupações do setor elétrico brasileiro”, diz.

Em Pernambuco, o Movimento entregará ao Governo um conjunto de pautas sobre as famílias atingidas no estado. Entre algumas, o MAB reivindica a implantação de projetos de irrigação para a produção de alimentos e investimentos para a geração de emprego e renda que atenda as três mil famílias de quilombolas, camponeses e ribeirinhos, ameaçados de expulsão pela construção das barragens de Riacho Seco e Pedra Branca, nos municípios de Santa Maria da Boa vista e Orocó.

“O MAB exigirá do Governo Estadual a implementação de projetos como o PAES, incentivo à pesca artesanal, pequenas agroindústrias nas comunidades atingidas para o beneficiamento da produção camponesa, entre outros”.

“Somos contra a construção desses Projetos. Desde o início, no momento de estudo, os direitos das famílias foram violados. Os trabalhadores e trabalhadores não foram consultadas, não tiveram o direito de participar e de se colocar contra o Projeto. Nessa região tem em torno de 15 comunidades quilombolas que serão diretamente impactadas por esses projeto. São comunidades com grandes potenciais na agricultura familiar, na pesca artesanal, na produção de artesanatos, porém ignoradas pelo Governo do Estado. Essas famílias perderão todo o seu território com a construção desses grandes empreendimentos”, diz Fernanda Rodrigues, da coordenação do MAB na região do Vale do São Francisco.

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