Pauloafonsina de 23 anos, seu nome é Camilla Gabrielle. Filha do casal Luiz e Neide do Salão Realce, a moça garante que não tem nenhum talento para ser cabeleireira e que essa nunca foi uma área que lhe interessou, mas admite admirar muito os seus pais e o prazer que os dois possuem pela profissão que escolheram. “Na verdade, eu sou um desastre pra esse tipo de coisa”, comenta. Camila sempre gostou mesmo foi de escrever. Quando era mais nova, escrevia poesias, criava histórias cheias de desenhos… Ela conta que até hoje tem um caderninho velho com essas poesias. “Desastrosas por sinal”, revela sorrindo. “Inclusive na escola em que estudava aconteciam concursos de poesia, um belo dia, resolvi participar com uma poesia e pra minha surpresa ainda consegui o 3º lugar”.
E chega um momento crucial na vida de qualquer jovem, que é a hora de escolher qual profissão seguir. Sempre muito bem apoiada pelos pais, que a deixaram à vontade para seguir as suas escolhas, Camila Gabrielle optou pela faculdade de Publicidade, pela possibilidade de escrever, tornar-se uma redatora e trabalhar com algo que gostava muito. No entanto, mais tarde Camila descobriu que não era bem isso o que ela queria. A jovem queria muito mais do que escrever motes e frases de efeito. “Queria escrever textos que de alguma forma tocassem as pessoas, e principalmente divertissem, já que a minha maior paixão é a comédia”, diz ela.
Camila, então, trancou sua faculdade de Publicidade e optou pelo curso de Letras na FASETE (Faculdade Sete de Setembro), onde descobriu as mesmas possibilidades que imaginou quando iniciou sua primeira faculdade, além de ter no novo curso o maior conhecimento da Língua Portuguesa e todo o suporte necessário para a melhoria da sua escrita. Apesar disso, a universitária confessa que às vezes bate um arrependimento por ter largado a faculdade num período próximo de sua formação.
“Mas o curso de Letras era minha segunda opção, e sinceramente, poderia ter sido a primeira, se eu não tivesse sido tão teimosa. Acontece que encarar uma área em que a remuneração não é tão interessante, não atrai à primeira vista. Porém, o valor que ela me traz, me faz perceber que se eu ainda não estou no caminho certo, estou chegando lá. O curso de Letras me oferece muitas possibilidades que vão além da sala de aula, eu espero atuar como professora sim, e claro, continuar escrevendo. E o futuro a Deus pertence, né? O importante é que estou feliz com essa escolha”.
O estágio de um ano na assessoria de comunicação da FASETE, sua estreia como roteirista de teatro e o destaque no 3º CONINFA – Congresso Interdisciplinar da FASETE fizeram de 2011 um período de ricas conquistas para Camila, além de serem provas de que ela tem seguido pelo caminho correto. Profissionalmente, a peça “Vida de Casado” foi o seu primeiro trabalho como roteirista, porém, Camila já havia escrito peças pequenas para outra faculdade. Já a sua relação com o teatro, se firmou mesmo quando ela atuou em um espetáculo no 2º ano do Ensino Médio. “O diretor Fabinho Galvão, muito conhecido aqui na cidade, me fez ter uma visão de que o teatro era incrível, e depois disso, passei a querer aquilo. Só que eu não queria atuar, queria criar”.
Após o sucesso de sua primeira peça, Camila espera agora poder levá-la a outros lugares, ouvir novas risadas… Ela conta também que a primeira experiência foi propulsora e outras peças já estão no forno. Para o próxima ano, a jovem deseja continuar escrevendo mais e mais! “Não almejo sucesso, almejo sensações. E a melhor delas é saber que fiz um bom trabalho. E sinceramente, isso me dá ânimo pra continuar. Eu gosto de escrever, eu quero isso pra minha vida e mesmo que não ganhe dinheiro, porque infelizmente vivemos em um país (leia-se cidade também) onde a cultura é pouco valorizada, quero continuar… Só pra deitar a cabeça no travesseiro à noite e saber que alguém riu de uma piada boba minha, que esqueceu os problemas do mundo e foi feliz um instante”.
