21 de dezembro de 2024

Senador Romeu Tuma morre aos 79 anos no Sírio Libanês, em SP

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O senador Romeu Tuma, de 79 anos, morreu no início da tarde desta terça-feira, 26. Ele estava internado desde o início de setembro no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Na véspera do primeiro turno da eleição, dia 2 de outubro, o então candidato a reeleição para o Senado foi submetido a uma cirurgia para a colocação de um dispositivo de assistência circulatória. A causa da morte foi falência múltipla de órgãos. Segundo informações do Senado, o corpo do senador será velado na Assembleia Legislativa de São Paulo.


Romeu Tuma deixa nove netos e quatro filhos, entre eles o ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Jr., o ex-deputado federal Robson Tuma (PTB) e o médico Rogério Tuma. Ele era casado com a professora Zilda.

Tuma estava internado desde o dia 1º de setembro, inicialmente para um tratamento de um quadro infeccioso de afonia, a perda ou diminuição da voz. Posteriormente, a assessoria do senador informou que ela apresentou durante a sua internação insuficiências cardíaca e renal. Tuma sofria ainda de diabetes e fazia tratamento há anos para o controle da doença e apresentava um histórico de problemas cardíacos, tendo sido submetido em 1998 a uma operação para colocação de pontes de safena.

Romeu Tuma era descendente de sírios e se formou em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). No início de sua carreira, em 1967, foi investigador e delegado da Polícia Civil, em São Paulo. Entre 1977 e 1983, durante a ditadura militar (1964-1985), desempenhou o cargo de diretor-geral do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (DEOPS), antigo DOPS, o principal centro de repressão do regime.

Quando estava no antigo DOPS, teria conquistado a simpatia de militantes de partidos de esquerda por adotar uma postura mais branda com os presos políticos. “O Tuma mandava o carcereiro me chamar para ler todos os jornais. E falava para mim: Você não conta para ninguém lá embaixo que você leu”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em depoimento na propaganda eleitoral do senador deste ano. Tuma teria ainda permitido a saída do presidente da prisão para o enterro de sua mãe, dona Lindu, em 1980.

Xerife

Com o fim da ditadura, em 1985, o senador tornou-se diretor-geral da Polícia Federal (PF) em São Paulo, quando ficou conhecido como “xerife”. Ficou à frente do órgão até 1992, quando deixou a função para ocupar o cargo de assessor especial do então governador paulista, Luiz Antônio Fleury, do PMDB. Em 1995, após quarenta anos de atuação como policial, Tuma deu início à sua carreira política, candidatando-se a senador por São Paulo e se elegendo em 1994 com mais de 5,5 milhões de votos.

Nas eleições de 2002, quando se reelegeu ao posto, obteve 7,2 milhões votos. No PTB, sigla a que se filiou em 2007, disputou este ano mais uma reeleição, amargando um quinto lugar na disputa, com apenas 3,8 milhões de votos.

O senador se orgulhava de uma carreira política íntegra, mas nos últimos anos tanto ele como sua família foram alvos de denúncias. No final de 2009, o Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) ofereceu denúncia contra Romeu Tuma por ocultação de cadáveres durante o período da ditadura militar.

Em junho deste ano, foi a vez de um dos filhos do senador se envolver em outro imbróglio. Romeu Tuma Jr. foi exonerado do cargo de secretário nacional de Justiça em decorrência de uma série de denúncias publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, dando conta do seu suposto envolvimento com a máfia do contrabando de produtos falsificados. Nas gravações divulgadas pelo jornal, Tuma Júnior fazia encomenda de produtos ao chinês Paulo Li, um dos chefes da máfia e preso em 2009.

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