Leila Roque ‘Romper as barreiras e lutar pela vida, sua e dos filhos’

Leila Roque [alagoana, assessora parlamentar , esteticista e vendedora]

Estivemos com Leila Roque, assessora parlamentar do vereador José de Abel, esteticista, vendedora [ devo dizer que cozinha divinamente], mãe de três meninas e casada.

Leila é enérgica, acolhedora. Tem essas características do feminino que fazem bem aos homens e nós mulheres. Mas não se enganem, quando se trata de trabalho, aquilo que é bom, pode ser um problema.

É comum confundir um sorriso ou atenção com outras coisas. E Leila aceitou falar para dizer que não é preciso mudar a sua natureza para impor respeito.

A culpa

“Às vezes eu me culpo sim, porque meu trabalho me tira muito de casa. Mas aí é que tá, pois eu tenho que trabalhar para dar o melhor para elas. E me divido em mil, tem o trabalho na assessoria, sou esteticista e faço o melhor que eu posso, e as meninas cobram, ‘mãe quero você em casa’, e o esposo também cobra.”

“É muito difícil, mas a gente precisa conciliar”

“Eu não vou dizer aqui que é fácil. A gente precisa conciliar o tempo todo. Os problemas eu deixo lá fora, o tempo em casa é ouro, faço tudo em casa, dou carinho as minhas filhas, ainda que seja pouco o meu tempo. A gente precisa tentar.”

Conseguir o espaço, eis o mais o complicado

“A nossa sociedade já de cara nos põe limites, dizem que a ‘mulher é frágil’, e assim acontece no trabalho, então no início o que me ajudou foi eu ter um jeito espontâneo, fui quebrando essas coisas e me firmando, hoje já são nove anos de Câmara Municipal.”

Uma coisa é ser prestativa, outra é ser permissiva

Leila aqui toca num ponto que gera sempre muita confusão, porque num ambiente dominado por homens como é a política, conseguir o respeito deles mantendo sua ‘essência’ não é tarefa simples como se imagina:

“Tem lugares onde vou que as pessoas me olham diferente, mas aí eu procuro dar o melhor de mim e vejo que estão ‘me confundido’, me imponho. O que nós precisamos é de respeito, qualquer que seja a pessoa: negro, branco, homossexual, qualquer pessoa.”

“Se for para lavar roupa eu serei a melhor lavadeira”

Leila aconselha as mulheres que têm seus dons a não ficarem em casa se prendendo

qualquer que seja, ‘o nosso lugar é na rua, trabalhando, se eu precisar varrer a rua, será a mais bem varrida; se for para lavar roupa serei a melhor lavadeira; o que eu digo é o seguinte: vamos enfrentar a vida, a vida é quem deve ter medo de nós, a mulher tem mesmo é que tomar de conta, mostrar que se um homem é capaz, nós somos muito mais.”