Eu não a conhecia. Não fui seu professor, ela aluna de Administração do Colégio Carlina, sucessor do Murilo Braga ninho de muitos agora cidadãos honrados de Paulo Afonso. Eles são, verdadeiramente, honrados e com eles nos batemos a toda hora nas ruas de uma Paulo Afonso que surgiu do nada por força de brasileiros nordestinos que acreditavam na pujança deste país. Eles deixaram um vazio que purga à espera de cidadãos com a fibra, verve, mesmo simplicidade simples, de lá do fundo profundo do coração.
A jovem nos deixou saudade. Ela caminhava para a frente. Na Rua da Frente, Bárbara vivia a Paulo Afonso sonhada por aqueles pioneiros. Era jovem e desfilava a vida. No centro vital da cidade, provavelmente procurava recarregar as baterias dos sonhos e do comprometimento assim assumindo a responsabilidade da condução do pendão e do estandarte da cidadania. Desabou, de repente, para o vazio da eternidade. Com a simplicidade dos simples, morreu.
Jovem, bem jovem ainda, o coração a traiu. Poderia vir a ser peça fundamental na administração da cidade. Poderia explodir em participação na condução dos negócios municipais. A morte cruel, estraga-prazer da vida, a ceifou. Levou-a do seio da família e da comunidade.
Terá sido boa demais para a termos em companhia? Seria Deus egoísta em no-la ter reivindicado? Os bons, esses seriam poupados em uma vida curta? Não sabemos. Nada, efetivamente, sabemos, nós que, na linguagem de São Paulo, enxergamos através de um espelho embaçado. Ainda assim enxergamos.
Resta-nos a fé, tão difícil de ser preservada; cultivada, desenvolvida e tornada produtiva em um mundo cada vez mais longe de Deus. Resta-nos, afinal, a saudade – mantida a esperança.