A sessão ordinária da Câmara Municipal de Paulo Afonso, desta segunda-feira (25), foi como o tabuleiro da baiana, teve de tudo um pouco. Os vereadores Luiz Aureliano (PMDB) e Marconi Daniel (PHS), oposição ao prefeito Anilton Bastos (PDT), e líder do governo, respectivamente, como era de se esperar, divergiram quanto à decisão do Ministério Público, que pede a revogação da lei que atualiza o CMS – Conselho Municipal de Saúde -, aprovada, dias antes, pela Câmara.
O que causa espanto, é ver que entre os vereadores que aprovaram a gerigonça ‘eivada de ilegalidades’, segundo o Ministério Público, apenas estes, um por aclamação e outro por necessidade, tocaram no assunto.
A Casa das leis – enfatize-se quantas vezes forem necessárias – leva uma canetada desta natureza do Ministério Público, e os vereadores ficam a versar sobre outras pendências, fazendo-se de ‘João mudo’ sobre o recado dado pela promotora Milane Vasconcelos.
Luiz Aureliano sugeriu, ensinando o Pai Nosso ao vigário, que o legislativo precisa fazer seu papel a despeito do gestor, pode-se acrescentar: mesmo no tempo de eleição.
Leia também:
– Lei aprovada pelos vereadores a pedido de Anilton está ‘eivada de ilegalidades’, diz MP
– Paulo Afonso: Arroto autoritário do prefeito impõe humilhação histórica a vereadores: ‘vendidos e analfabetos!’, gritam populares
“Precisamos respeitar a legislação, a gente não pode criar leis que desrespeitam as leis maiores, é uma questão de hierarquia”. O vereador seguiu acusando a Casa de ‘prevaricação’ por não exigir que o prefeito informe as perguntas contidas nos requerimentos aprovados.
Marconi Daniel respondeu:
“Discursos vazios e mentirosos, fica aqui procurando coisas pequenas e baixas para fazer plateia […] a promotoria pública recomenda 15 dias para que o poder legislativo se manifeste junto com o executivo, não está condenando”.
Segundo afirmou Daniel, Luiz Aureliano se empolgou tanto com as mentiras professadas esquecendo-se que cabe defesa. “Fica aqui choramingando na Tribuna achando que o povo é idiota”.
Vereadores Luiz Aureliano (PMDB) e Marconi Daniel (PHS)
Em todo caso, como existe este prazo de duas semanas para Câmara e prefeitura agirem, é importante a população voltar à vigilância e acompanhar como o projeto será encaminhado novamente.
Gostem ou não, não fosse a presença desta oposição estridente – ao menos à gestão de Anilton Bastos, a autonomia do Conselho Municipal de Saúde teria ido para as cucuias.