O vice-presidente da República, Michel Temer, presidente nacional do PMDB, não comparecerá nesta terça-feira (29) à reunião do diretório nacional que decidirá pelo rompimento do partido com o governo, informou a assessoria da Vice-presidência. Segundo a assessoria, ele não comparecerá para não influenciar na decisão.
Mas, na tarde desta segunda-feira, Temer se reuniu com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e acertou que a decisão sobre o rompimento será por aclamação, sem contagem dos votos dos integrantes do diretório, de acordo com informações de interlocutores de Temer, de Renan e de um senador peemedebista.
Na noite de domingo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com Temer em São Paulo, a fim de tentar convencê-lo a manter o PMDB no governo.
Segundo assessores de Temer, o vice-presidente disse a Lula que o desembarque é "irreversível", e que o clima no partido é de "animosidade".
Aliado de Temer, ministro do Turismo abandona o governo
No início da noite desta segunda, um dos sete ministros do PMDB – Henrique Alves (Turismo) – pediu demissão.
Segundo Temer afirmou a Lula, de acordo com assessores, a decisão do partido de deixar o governo foi acelerada pela nomeação do deputado Mauro Lopes para ministro da Secretaria de Aviação Civil mesmo após a convenção nacional do PMDB, no último dia 12, ter proibido integrantes do partido de assumir novos cargos no Executivo.
Às vésperas do encontro do diretório nacional do PMDB que sacramentará o rompimento com o governo, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, entregou sua carta de demissão. A informação foi confirmada pelo próprio ministro, por mensagem, no fim da tarde desta segunda-feira.
Alves é um dos ministros mais próximo do vice-presidente Michel Temer e vinha se debatendo sobre a hipótese de ficar ou não no governo.
Na carta de demissão, Henrique Alves admite que o diálogo "se exauriu". Ele diz também que o momento nacional coloca o PMDB, diante do seu maior desafio "de escolher o seu caminho", sob a presidência de Temer.
Ainda segundo o peemedebista, a decisão foi “difícil”, mas "consiente e coerente". Ele agradeceu a confiança da presidente durante os onze meses em que esteve à frente do ministério.