O diretor de engenharia e construção da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), José Ailton de Lima, admitiu hoje que há um risco geológico no novo projeto apresentado para a construção da usina hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira. Segundo ele, não houve tempo para que o consórcio vencedor do leilão – formado pelo grupo Suez, além da Chesf – realizasse uma sondagem na área antes da entrega da proposta para o novo local. O consórcio vencedor alterou a localização da hidrelétrica em nove quilômetros, reduzindo seu custo em R$ 1 bilhão, o que causou protesto dos outros participantes da licitação.
“Nós assumimos o risco. Se quando fizermos a sondagem der tudo como esperávamos, teremos uma redução do custo. Mas, se houver uma falha geológica, por exemplo, paciência, é um risco”, disse o diretor após participar de um evento promovido pelo grupo de estudos em energia elétrica da UFRJ.
O diretor descartou qualquer alteração no valor proposto para a tarifa caso os estudos geológicos não fiquem dentro do esperado. “Não importa o que acontecer, o que foi proposto no leilão será mantido”, disse, evitando fazer qualquer comentário sobre a possibilidade do novo projeto ser vetado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O diretor ressaltou ainda que não vê a possibilidade de ter problemas com o Ibama, visto que o local escolhido para o novo projeto estava na abrangência da área autorizada pelo órgão para a construção da hidrelétrica na emissão da licença prévia. Por isso, o diretor acredita que poderá ser mantido o prazo previsto para emissão da licença de instalação, em dezembro deste ano. “É claro que não sou eu quem decide isso. Mas nossa parte nós estamos fazendo, entregando todos os documentos para a Aneel e o Ibama até o final do mês”, afirmou.
Segundo ele, a idéia é obter a licença para instalação do canteiro de obras em agosto para que a usina comece a ser construída em abril de 2009 e possa iniciar as operações em março de 2012.